A assembleia geral que decidiu pela paralisação do transporte coletivo na próxima terça-feira (08) em Londrina pode ser alvo de questionamentos judiciais. Isso porque, segundo o relato de trabalhadores que participaram da assembleia, o sindicato teria induzido a categoria votar em “sim” – no caso, pela aprovação da greve.
A reportagem recebeu uma imagem onde constam as perguntas se os funcionários concordam ou não concordam com a greve. No bilhete, as opções “sim” e “não” seguem acompanhadas de uma breve explicação sobre qual pauta é reivindicada.
Quem votasse na opção favorável à paralisação, estava à favor das “posições do Sindicato durante as negociações“, e apoiava a greve à partir da próxima terça-feira (08/06).
Já quem estivesse contrário e votasse na opção “não”, estaria abrindo mão de jornada de 6 horas, acordos coletivos, da garantia de pisos salariais, ticket alimentação, além da perda de benefício no Plano de Participação nos Resultados (PPR) e aceitava o retrocesso nas negociações.
No total a votação teve 534 trabalhadores favoráveis, enquanto 22 foram contrários.
O que provoca polêmica, é que a pauta levantada pelo sindicato dizia respeito apenas ao Plano de Participação nos Resultados (PPR) e não aos demais direitos trabalhistas. As empresas alegam dificuldades e sugeriram a retirada do benefício para conseguir arcar com as despesas. A retirada do PPR é classificado pelo Sindicato como retrocesso.
Vale ressaltar que esta é a terceira greve no ano em Londrina. As duas primeiras, em janeiro e em abril foram motivadas por atrasos salariais por parte das empresas aos trabalhadores, que contavam com os pagamentos. Na ocasião, os motoristas e cobradores alegaram prejuízos e situações constrangedoras vividas por eles por conta dos atrasos.