Cinco pessoas foram presas na Operação Melena, da Polícia Civil, deflagrada na manhã desta quinta-feira (04) em Londrina e em Alvorada do Sul (Região Metropolitana). A operação visava prender os suspeitos de envolvimento na morte do mecânico Samuel dos Santos, cujo o corpo foi encontrado em 17 de janeiro na Vila Esperança do Norte, em Alvorada.
Cinco pessoas foram presas na ação policial. As prisões tem validade de 30 dias.
Samuel foi morto com um tiro na nuca em uma emboscada. A polícia suspeita que a esposa dele Maria de Guadalupe Casanova dos Santos, esteja por trás do crime. Ela foi candidata a vereadora em 2020 pelo Partido Liberal, em Alvorada do Sul, mas não se elegeu.
INVESTIGAÇÃO
Os detetives apuraram que Samuel foi morto com um tiro na nuca dentro do próprio carro. Pelas características do crime, ele foi vítima de uma emboscada e foi baleado por alguém que estaria no banco de trás do veículo.
A polícia aponta que Débora Letícia Figueira, uma das presas na operação, seria a autora do disparo fatal. A morte havia sido premeditada, porque Débora estaria vivendo um relacionamento amoroso com Maria de Guadalupe.
As motivações indicam que o crime foi passional e também por interesses financeiros. Além de Maria e Débora, foram presas Grasiele Pereira Bernardo e Sara Regina de Oliveira – uma delas mentiu durante um depoimento, para ajudar as colegas a se safaram das acusações. Sara, por sua vez, foi presa por também estar no carro do mecânico quando ele foi executado.
O quinto preso na investigação é um homem, sem identidade divulgada, que após o crime, levou as mulheres até uma casa para que elas deixassem a cena do homicídio de Samuel. Ele foi apontado como cúmplice.
CRIME
A morte de Samuel aconteceu logo depois dele participar de uma festa em uma casa, acompanhado das acusadas pelo assassinato. O delegado Marcos Rumira, responsável pelas investigações, acredita que Maria, Débora e Sara inventaram um motivo para sair com a vítima em seu carro.
Maria já havia manifestado a intenção de matar o marido. Em seu depoimento ela negou que havia premeditado o crime, no entanto, a polícia obteve prints de conversas WhatsApp nas quais ela revela essa intenção.
O delegado avalia indiciá-las em homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, emboscada, e impossibilidade de defesa da vítima. Nos depoimentos à polícia, os envolvidos alegavam estar sob o efeito de álcool e que não se lembram da situação.
A justiça determinou a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos para apurar mais detalhes sobre a trama.
DEFESA
A defesa das quatro presas afirmam que elas declaram não ter relação com o crime. Apesar disso, os advogados dizem que não tiveram acesso ao teor do processo para endossar a versão.
Os advogados também alegam estar havendo dificuldade de defesa, e que isso pode anular o processo. Eles falam que pediram acesso aos autos, mas que a justiça negou o acesso. Um habeas corpus deve ser protocolado pedindo a liberdade das presas.
Outro ponto questionado foi a informação de que Maria e Débora viveriam um relacionamento. A informação da defesa é que elas são apenas amigas, e que não há necessidade da prisão, já que elas compareceram a todos os depoimentos.