Duas lojas da Subway em Londrina, no Paraná, foram apontadas como instrumentos de lavagem de dinheiro. O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, afirma que um dos investigados na Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira pela Polícia Federal, não apenas é dono das franquias como seria líder do esquema fraudulento de liberação de carnes em desacordo com a legislação por meio de pagamento de propina a fiscais do Ministério da Agricultura. Juarez José Santana também era fiscal agropecuário.
“O fato de Juarez manter franquias de lanchonete é um método eficiente para direcionar o dinheiro das propinas obtido ilicitamente, por meio de crime de corrupção, ao fomento de um empreendimento lícito, que gere boa renda, modificando, desta forma, a origem do dinheiro, que magicamente se transmuta da natureza ilegal para legal. É a famosa prática adotada pela máfia italiana desde a primeira metade do século XX, que acabou conhecida pela expressão ‘lavagem de dinheiro’”, explicou o juiz à Veja.
No papel, as filhas de Juarez José Santana são as donas das franquias. Mariana Santana, de 22 anos e que vive em São Paulo, e Gabriela Bertipaglia Santana, de 25 anos, que mora em Guiné-Bissau. O juiz informou achar “pouco provável que as empresas sejam advindas do próprio esforço pessoal (sic), o que evidencia que seu pai oculta dinheiro que obtém indevidamente em sua atividade funcional nas empresas titularizadas pelas mesmas”.
Um dos advogados de Santana, Roberto Brzezinski Neto alertou que só se pronunciará após o estudar os autos. Anderson Felipe Mariano, também da equipe de defesa, disse que foi surpreendido. “[A operação] nos pegou de surpresa. Ainda não sei o que vai acontecer, quando o Juarez vai ser ouvido. Estamos atrás de informações. A primeira coisa a se fazer é estudar o inquérito.” / NOTÍCIAS AO MINUTO
Subway Brasil se pronuncia:
A SUBWAY informou através de nota, que não é alvo de uma investigação da Polícia Federal, em conexão com a alegada lavagem de dinheiro, objeto da operação \”Carne Fraca\”. A rede, que há tempos tem estabelecido políticas na condução dos seus negócios de forma íntegra, jamais toleraria qualquer tipo de corrupção. Informa ainda que colaborou com a Polícia Federal em sua investigação e continuará a fazê-lo, se solicitado.
Juarez José Santana, preso hoje durante a ação policial, não é operador ou proprietário de uma franquia da rede.
A empresa é criteriosa na seleção de franqueados e fornecedores e avalia regularmente o desempenho dos proprietários. Além disso, realiza auditorias constantes na cadeia de abastecimento para ajudar a garantir a qualidade dos produtos, alimentos e serviços aos clientes.