A polícia já conhece o passado criminoso de Sérgio Henrique da Silva, de 19 anos, conhecido pelo vulgo “Malvadão” na zona sul de Londrina.
O bandido que recentemente deixou a cadeia onde cumpria pena por tráfico de drogas estava usando tornozeleira eletrônica após conquistar a liberdade condicional. Mas o tempo que ficou trancado não evitou que ele voltasse a cometer crimes.
Sérgio fez sua maior atrocidade em Sertanópolis, na região metropolitana de Londrina, quando nesta terça-feira (04) matou uma menina de 13 anos com mais de 20 facadas em um crime bárbaro e por um motivo banal.
Eduarda Karollaine Caboclo morava com a mãe, Maria Caboclo, em Bela Vista do Paraíso, e tinha conhecido o homem pela internet. Eles começaram um namoro à distância, que viraria tragédia no dia seguinte ao que eles se conheceram pessoalmente.
A mãe de Eduarda estava em casa quando recebeu a ligação informando sobre o crime que havia sido cometido contra a filha. Horas antes, porém, ela relatou que havia falado com a menina, que tinha dito que estava na casa de uma amiga na mesma cidade.
De origem humilde, com pouca instrução e sem ter acesso às redes sociais, a mãe não sabia do relacionamento da filha, e tampouco conhecia Sérgio.
“Eu não sabia quem era ele e também não tinha ideia de que a minha filha estava em Sertanópolis. Ela disse por telefone que estava na casa de uma amiga”, contou Maria em uma entrevista concedida ao programa Cidade Alerta, na RICtv.
“Cerca de duas horas depois que eu falei com a Eduarda me ligaram dizendo o que tinha acontecido com ela em Sertanópolis. Ele (o assassino) foi lá em Bela Vista do Paraíso buscar ela para levar para Sertanópolis”, prosseguiu.
Na sequência, Maria foi até Sertanópolis para prestar depoimento, e na delegacia acabou cruzando com o assassino. De forma surpreendente o acusado, além de matar a adolescente também ameaçou de morte a mãe da menina.
“Ele disse que tinha matado mesmo, que a menina era treta e que ia me matar igual a um porco. Ele também falou que era pra eu pular lá pra dentro da cela que ele ia me matar; Tudo isso que ele disse foi na frente dos policiais, e ninguém fez nada”, desabafou.
Maria veio até o Instituto Médico-Legal (IML) de Londrina para reconhecer e liberar o corpo da filha para o velório. Com medo, ela disse temer que a justiça deixe Sérgio impune, e que logo ele esteja livre novamente.
“Eu não tenho condições, eu vou me defender como eu posso. A versão dele é que ele matou minha filha porque ela abraçou outro rapaz, mas essa é a versão dele né, ela não está mais viva pra falar e ainda vai ficar como errada. A justiça para os pobres é fraca, mas eu vou até onde eu puder ir”, lamentou.
A Polícia Militar informou que foi o próprio assassino que ligou para o 190 confessando o crime. Ele foi preso em flagrante quando a viatura chegou, e já não usava mais a tornozeleira eletrônica. Sérgio confirmou que havia conhecido a menor no dia anterior ao crime, e que agiu motivado pela crise de ciúme.
O criminoso morava na zona sul de Londrina e recentemente foi para a casa de um tio em Sertanópolis, depois de deixar a penitenciária. O vulgo “Malvadão zs” causava medo nos vizinhos, por ser conhecido por ter o “pavio curto”. Testemunhas informaram à reportagem que ele também se intitulava o tal que ‘mandava’ na região.
Após o homicídio da adolescente, o assassino ainda alterou o status de relacionamento nas redes sociais para “viúvo” como um deboche da situação.
Ele segue preso e pode ser sentenciado a até 50 anos de prisão, caso todas as qualificadoras (infanticídio, feminicídio, motivo torpe) sejam consideradas.