Em suas primeiras palavras na CPI, nesta terça (04), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, disse que teve acesso ao que seria uma proposta de decreto presidencial para que fosse sugerida uma mudança na bula da cloroquina, para indicar o remédio no tratamento da covid-19. Além disso, ele afirmou que Bolsonaro recebia orientações externas : “Ele tinha um assessoramento paralelo”, afirmou Mandetta.
O ex-ministro também disse que buscou enfatizar uma atuação integrada entre os poderes e os entes federativos e que o Brasil foi um dos primeiros países a questionar, ainda em janeiro, a OMS sobre os rumores do Covid-19.
Mandetta ainda relembrou um episódio em que foi pedido a ele que não falasse nada durante uma coletiva à imprensa sobre a pandemia. “Não queriam fazer uma campanha oficial”, disse Mandetta ao ser questionado quais eram os principais críticos ao seu trabalho no Planalto.
O ex-ministro refutou a alegação de que, sob sua gestão, o Ministério da Saúde orientou a população a não procurar hospitais quando houvesse sintomas leves de covid-19 e disse ainda que Bolsonaro foi alertado das consequências de não ouvir a ciência.
Em depoimento à CPI da Covid, Mandetta disse que jamais pediria demissão do cargo.