O prefeito de Londrina Marcelo Belinati (PP) defendeu em uma postagem nas redes sociais a criação do Conselho Municipal dos Direitos LGBT. A pauta está em discussão na câmara e tem gerado polêmica entre grupos religiosos e conservadores que não aceitam a proposta, que visa garantir inclusão social e desenvolver políticas públicas para esse grupo.
Belinati criticou o uso da religião para promover a homofobia. Grupos minoritários de evangélicos e lideranças conservadoras estão afirmando que um conselho LGBT estimula a “divisão da sociedade” – eles argumentam que todos são iguais, e que a pauta não seria relevante para a cidade por não haver “dados suficientes” que indiquem sua necessidade.
Os mesmos grupos também disseminam notícias falsas sobre o conselho, como por exemplo, a afirmação de que o projeto vai acarretar custos para a prefeitura – o que não é verdade. O conselho não tem custo nenhum, será consultivo e os membros voluntários.
Outra fake news que está sendo disseminada é a de que o conselho seria o responsável por discutir e implantar a “ideologia de gênero” nas escolas – o que também não tem fundamento algum, já que nenhum dos conselhos tem poder de influenciar na prestação dos serviços públicos, inclusive na saúde e educação.
O prefeito defendeu na postagem que grupos LGBT são alvos de crime de ódio, e por vezes assassinados por causa de sua orientação sexual. Nos últimos seis anos (2015-2021) foram pelo menos cinco homicídios de homossexuais e transexuais em Londrina – muitos casos foram tratados como assalto ou latrocínio.
“O conselho será consultivo e não deliberativo (é um espaço para debates), não é remunerado, ou seja, não tem nenhum custo, é zero custo, e não tem nada a ver com escolas ou ideologia de gênero (como alguns poucos preconceituosos homofóbicos cheios de ódio no coração insistem em espalhar Fake News).” disse Belinati.
OUTROS CONSELHOS
Londrina é uma das poucas grandes cidades do Brasil que não conta com um conselho dos direitos LGBT. A cidade tem atualmente 28 conselhos municipais, que discutem direitos dos idosos, mulheres, pessoas negras, família e até de proteção ao animais por exemplo.
Nenhum dos conselhos existentes na cidade tem custo público.
No entanto, mesmo assim, conservadores cristãos discriminam a pauta inclusiva, e até estão organizando uma ‘marcha dos homofóbicos’ para protestar contra a implantação do projeto de lei, que vai instituir o conselho.
Os vereadores Santão (PSC), Jessicão (PP), Giovani Mattos (PSC), Madureira (PTB) e Mara Boca Aberta (PROS) se posicionaram contra a criação do conselho.